quarta-feira, 6 de julho de 2011

"Amai os vossos inimigos" Lc. 6,27 ; Mt.5,43

Desconcertante no seu tempo; desconcertante hoje. Esta instrução de Jesus continua a ser o mais alto dos desafios para aqueles que desejam segui-Lo.
Muitos, não só se sentem confusos, como também, confundidos, desertam do caminho e procuram versões soft de humanidade q.b.
Não podemos, no entanto, negar que esta ordem de vida nos empurra contra o mais profundo de nós. Lá nesse colosso onde mantemos prisioneiros os inimigos, é onde se ouvem os ecos de Jesus: "Amai os vossos inimigos; Fazei bem aos que vos odeiam; Abençoai os que vos amaldiçoam; Rezai pelos que vos caluniam."
Se eu não acreditasse em Jesus, teria pelo menos de admitir que esta voz não é humana. Qual de nós, no melhor dos seus dias, no mais agradável dos momentos, diria uma frase destas? Uma só? ninguém. Quanto mais quatro! e de seguida!

Mas, que vem a ser isso de Amar?
Podemos afirmar que Amar é o acto de respeitar o outro; de desejar que o outro seja melhor amanhã; de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que essa melhoria aconteça.
Amar é sentir algo de bom pelo outro; é ter compaixão pelo outro; é desejar-lhe felicidade.
Desejar-lhe a verdadeira felicidade.
E para o cristão, qual é a verdadeira felicidade? melhor, Quem é a verdadeira felicidade?
Para o cristão, a verdadeira felicidade é conhecer a Deus-Pai, através do Filho, pela graça do Espírito.
Para o cristão, a verdadeira felicidade é conhecer ao Pai-Criador, ao Filho-Salvador e ao Espírito que santifica.
Então, (e neste momento ilumina-se a minha inteligência mediocre que se sentiu tão avassalda diante da primeira frase: "Amai os vossos inimigos"), amar os inimigos é desejar que eles conheçam Jesus e reconheçam a Deus: Pai amoroso, justo, bondoso e misericordioso.
E assim, os nossos inimigos, depois de conhecerem a Deus, não o serão mais.

E quando eu amo, quero fazer tudo, tudo o que está ao meu alcance para que a pessoa amada seja feliz.
Que pode o cristão fazer? O que é esse tudo que está ao nosso alcance?
Não nos remete aqui o pensamento para a missão evangelizadora do cristão?
Nos actos pequeninos do quotidiano, no pensamento puro, na acção virtuosa, no perdão esclarecido, na paz construída.
O cristão vive o amor entregando-se com empenho ao amor.
Amar, como cristão, é desejar ao outro a experiência da verdadeira felicidade.