sexta-feira, 16 de março de 2012

"Ergue os teus olhos para o céu (...)" Gn. 15, 5

Estamos em plena Quaresma, e surge tão apropriada esta frase dita lá no início da Criação - Génesis 15! - Como são sempre sábias as palavras de Deus.

Sinto que estamos no meio de um turbilhão de águas mexidas que ninguém sabe muito bem explicar porquê se mexem tão depressa, mas parece que todos só estão interessados em conseguir explicar exactamente isso. Nos jornais, na televisão, na rádio, multiplicam-se os programas de economia em que uns e outros e mais alguns e outros tantos tentam e tentam todos os dias sem cessar explicar e analisar e re-analisar os motivos da economia estar assim e continuar assado.
No meio de tudo isto ficamos nós...tão confusos que por momentos até parece que não sabemos nadar! Penso que é isso mesmo que querem fazer-nos crer: que não sabemos nadar. Que estamos condenados a morrer afogados.

Ergue os teus olhos para o céu - diz-nos Deus - convidando-nos a olhar para o alto e ver além.
Por Deus somos dotados de dons capazes de criar e multiplicar. Deus nos ofereceu ainda capacidades e habilidades com as quais semeamos boas sementes e colhemos frutos bons.

Seria bom se neste tempo de reflexão as famílias cristãs se preparassem para mostrar o rosto de Deus em toda a parte. Um rosto de alegria, de esperança, de motivação, e principalmente um rosto de quem se ergue e ajuda a erguer em seu redor. Um rosto de luz capaz de refletir a luz de Deus.

Teremos certamente muito a aprender com a actual situação económica e social difícil. Se ao menos servisse para não se repetir tudo outra vez no futuro; se ao menos servisse para as gerações vindouras tivessem melhores hipoteses de fazer tudo da maneira correcta. Temo que não seja assim. Mas, o cristão - aquele que segue o Caminho da Vida - tem forçosamente de aprender e levar consigo esta aprendizagem.
Deus convida-nos a erguer os nosss olhos para o céu e a contar as estrelas, se formos capazes de as contar. Deus nos chama a abrir as janelas do nosso coração e a olhar para além do que somos capazes de contar, procurando na imensidão o que tem valor e o que é verdadeiro.

Que se desenrolem as nossas costas dobradas sob o peso da nossa cabeça sempre atenta ao nosso umbigo e possamos adoptar a posição digna dos filhos de Deus - cabeça erguida e olhos atentos postos no Céu.