sexta-feira, 22 de março de 2013

Deus nunca se cansa de Perdoar

Deus-Pai, infinitamente misericordioso, nunca se cansa de nos perdoar.

Sabe tão bem ouvir do Papa esta palavra...num mundo em que os homens tanto se esquecem de perdoar...que acreditam que viver no conflito é a sua natureza.

Como é grande a dureza do nosso coração.

Na nossa missão familiar (que está afixada na nossa sala de refeições) temos uma linha dedicada inteiramente ao perdão. Porque a nossa própria consciência nos diz que esse será sempre o grande desafio. Perdoar. E não cansar de perdoar. Nunca. Sempre.

Este é o tempo que antecede a Páscoa. Não tenho outra intenção neste momento a não ser viver a próxima semana na santidade vivificante do perdão.
Dum perdão que demora em dar-se porque grande é a dureza do nosso coração. Grande é a dureza do meu coração.
Que o infinito amor de Deus-Pai possa fazer o meu coração manso e humilde como o coração de Jesus.

Um dos maiores coachs de liderança pessoal e motivacional afirma que as nossas relações são como contas bancárias nas quais fazemos depósitos. Quando fazemos uma retirada, o saldo diminui automaticamente, e por mais que queiramos a nossa natureza não nos deixa repor esse saldo. Temos de fazer um novo depósito para repor a conta.
O perdão é assim como um grande crédito que não só repõe o saldo após uma retirada, como suplanta o saldo inicial.
Assim, como se o Banco creditasse a nosso favor uma quantia. Só que o perdão é gratuíto. Uma vez dado sobre ele não se podem pedir juros. Um perdão não é um empréstimo. Perdoo por minha decisão, não para requerer do outro um juro em troca.
É exactamente esta gratuítidade do perdão e esta imensa liberdade que o tornam mais difícil.
"Ah, se o outro ao menos pedisse desculpa....eu perdoava" ou "Eu perdoo mas não esqueço!"
São estas as frases mais comuns do nosso coração. A dependência da desculpa do outro, retira ao perdão a sua liberdade. O não esquecer retira-lhe a gratuítidade.
E é por isso, que o perdão só se dá no Espírito. Na graça do Espírito. No infinito Amor de Deus.


quarta-feira, 20 de março de 2013

No princípio, Ele os criou homem e mulher

"Por isso, o homem deixará pai e mãe e e unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne (?) Portanto, já não são dois, mas uma só carne" Mt. 19,5-6 


 Irmão,
dedico-te estas palavras. Agora, já não só a ti, mas também aquela que contigo se tornou uma só carne. Aprendi, há pouco, que o mesmo sinal antigo usado para referir carne também representava vida. Então, noutra leitura da mesma expressão, dedico também aquela que contigo se tornou uma só vida.

Bem sabes o quanto me toca esta nossa família e esta nossa relação de uns para com os outros, que se cose com linhas de amizade e estima. É por causa dessas linhas que só se sentem que a vida de uns e outros se toca e nos toca a cada um no coração. Por isso, que uns são para os outros motivo de inspiração e exemplo. Por isso, que é tanto o que convosco aprendo. Por isso, que é tanto o que cada um é de desafio para o outro.
Que essa aprendizagem nos eleve a todos mais alto.

Numa perspectiva, agora absolutamente nova, surge então aquela expressão "no princípio". Longe de querer aqui repetir o que o beato João Paulo II de forma tão bela colocou em palavras e reflexão, quero apenas repetir aquela expressão "no princípio" para que ao longo do caminho do matrimónio não nos esqueçamos jamais dela. Pois se é aí que reside o mistério e a beleza da criação de Deus, é precisamente aí que mais se ataca o matrimónio. No princípio, se ataca, até que nos esquecemos totalmente do princípio e começamos a planear o fim.
Não é assim que vemos acontecer? no mundo? todos os dias?
Hoje é mais fácil divorciar que casar. Aliás, hoje, antes de assinarmos o registo do nosso casamento, já temos de decidir como nos vamos separar. E vejo isto acontecer como se fora normal e correcto. Porque não?
E até que sendo o final tão banal e estúpido, se coloca antes do princípio a própria questão da sua existência. Para quê começar algo se logo termina? É HOJE entre um FIM estupidificante e um INÍCIO desprovido de sentido que se coloca o matrimónio. É, por isso, uma verdadeira demonstração de fé matrimoniar-se. Matrimoniar-se nessa comunhão com o princípio criador. Nesse desejo ardente de que por um mistério sagrado os dois se tornam uma só vida. E para sempre. Mas, o sempre que é toda a eternidade. Muito para além da dimensão humana dos anos, dos séculos ou milénios. Um para sempre que é sempre na dimensão divina.Nessa, onde não há lugar a dias ou anos, nem a passado ou futuro. Mas, nesse eterno que é sempre presente. Naquela mesma dimensão de eternidade onde Deus apresentando-se a Moisés lhe diz "Eu sou Aquele que sou" . Sou, não fui, nem serei. Sou. Sou para sempre. E é nesse mesmo tempo verbal que os dois se tornam um.
E é nesse mesmo tempo verbal que são os dois guardiões da sua vida tornada uma. Um do outro. Recordo agora que ontem o Papa Francisco rebuscava esta mesma ideia de guarda. E a todos nos interpelava a sermos guardas uns dos outros e da criação. Guardas dos dons e talentos que Deus nos confiou. Guardas no exemplo de José e de Maria. E é precisamente esta a primeira pergunta bíblica: "Sou, porventura, eu guarda do meu irmão?" Esta a primeira pergunta a que somos chamados a responder.

E nós queremos responder SIM. Sim com convição. Com amor. Com intenção.
Aqueles que decidem assim matrimoniar-se no Espírito Santo, decidem dar o seu SIM a esta questão e mostrar que desde o princípio o fazem.
Que Deus providencie em vossa vida a benção necessária e adequada. O matrimónio é uma viagem linda. Um caminho maravilhoso. E transcendente quando Deus habita connosco. Um campo lindo que esconde um tesouro. Assim é a vida com Deus.

(para os meus irmãos Paulo e Débora; Isabel e Carlos. para a minha vida Pedro. e aos nossos pais que nos fortalecem na fé)

sexta-feira, 8 de março de 2013

Ser Mulher...com Cristo:uma decisão!

Hoje celebramos o ser pessoa no feminino.
Longe dos sentimentos femininistas ou machistas gosto de abraçar este dia no seu simbolismo. No simbolismo em que é reposta a igualdade única entre o homem e a mulher. Com tal intenção os criou Deus. Iguais em dignidade. Iguais em utilidade. Iguais em desígnio. E iguais em felicidade.
Como é maravilhosa a passagem de Génesis 27 "Deus criou o homem à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher".
No pensamento de Deus assim fomos criados como homem e mulher para que um ao outro nos completemos e um com o outro possamos existir em plenitude.
Celebrar o dia da mulher neste canto do mundo é assim celebrar a reposição original em ordem aos pensamentos de Deus.
Celebro hoje a graça de ser mulher. Ser jovem. Ser mãe. Ser esposa. Ser amiga. Ser empresária. E ser isso tudo numa família bonita onde Cristo habita, está e se faz presente a cada dia. Nos desafiando continuamente a fazermos parte dessa ordem original onde se guarda a essência da Sua vontade criadora. Por isso, ser mulher com Cristo é uma decisão: uma decisão de vontade e uma decisão de consciência. Uma decisão de vida. Mas, para mim a única decisão! Bem haja a todas as mulheres e a todos os homens que compreendem que a nossa semelhança é a mesma e é em relação a Deus