terça-feira, 30 de outubro de 2012

A vida do Homem: conhecer e amar a Deus

"Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em Si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o Homem, para o tornar participante na Sua vida bem-aventurada. Por isso, sempre e em toda a parte Ele está próximo do Homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-Lo, a conhecê-Lo e amá-Lo com todas as suas forças. Convoca todos os Homens dispersos, pelo pecado, para a unidade da Sua família, que é a Igreja. Para tal, enviou o Seu filho como Redentor e Salvador na plenitude dos tempos. N'Ele e por Ele chama os Homens a tornarem-se seus filhos adoptivos, e portanto, herdeiros da Sua vida bem-aventurada." Catecismo da Igreja Católica, Prólogo, 1.

Pai, se mais nada me fosse dito, só isto bastava.

Como são deliciosas estas palavras para o coração humano, "(...) num desígnio de pura bondade (...)"
É de um dom puro de bondade que fomos criados. Um ato de amor puro, generoso e livre.

Muitas vezes nos deparamos com a nossa pequenez e mesquinhez e quantas vezes nos sentimos reduzidos a nada. Mas, ao ler estas palavras, que sabiamente transmitiste aos Homens, por inspiração santa, sinto que somos criados para Ser mais.
O Homem ainda não compreendeu as Tuas palavras: "Deus, a seguir, disse: Façamos o homem à Nossa imagem e à Nossa semelhança".
Para quê nos farias Tu à Tua imagem, se fosse apenas para nós exercermos diariamente com mestria a nossa pequenez e mesquinhez?
Sim, somos capazes de ser pequeninos, tontos, ignorantes e rudes. Sim, somos. Mas, essa não é nem a nossa essência, nem o nosso princípio, nem o nosso fim.

O nosso destino é participar na vida bem-aventurada de Deus-Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Esse é o nosso destino. Essa é a nossa imagem e a nossa semelhança.

Creio, que neste ano inigualável da Fé, Deus-Pai, pelo Filho e no Espírito Santo vem repetir ao nosso ouvido e bradar ao nosso coração, estas palavras, que com tanta sapiência, ante-inauguram o catecismo.
Somos feito de matéria pura de bondade e liberdade. Somos convidados a participar, como filhos, na vida bem-aventurada de Deus. Ele, mesmo, sempre e em toda a parte está próximo de nós. Ele, próprio nos chama e nos ajuda a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo. E a Si mesmo se dá infinitamente no seu Filho e no Seu Espírito.

Com esta certeza; com este grandioso amor; com este precioso tesouro guardado sejamos cristãos vivos e participantes, testemunhos claros da Deus; gente a quem o catolicismo se apresenta como (e é) um "estilo de vida inevitável e vital".

Descubro, hoje, de forma nova, o alcance destas palavras carinhosas de Deus e que a Igreja Católica transmite ao mundo como proposta de redenção e salvação (que a preciosidade da palavra de Deus é essa "Divina eloquia cum legente crescunt" - "As palavras divinas crescem com quem as lê").

A nossa família vive esta graça de encontrar a sua união em torno de uma vela acesa, diante da qual se reza. Em torno desses momentos se vai lavrando o chão da nossa casa, onde uns e outros vão habitando e comungando. As sementes deitadas à terra acabam por cair e germinar. Queira Deus que caiam em boa terra e deêm muito fruto.
Deus pede-nos que reguemos essas sementes com gotas de amor e paz. Deus pede-nos que alimentemos a terra com discernimento e bondade. Que façamos uso da nossa imagem e semelhança para aprendermos quem somos.
A inteligência humana, o raciocínio, a argumentação não podem ficar privadas de conhecer e contemplar a nossa semelhança a Deus-Pai.
Por isso, o Papa nos desafia a conhecer as razões da nossa fé.

Lançámos mãos ao desafio e em família iremos percorrer, sem pressa, o catecismo e aprofundar o conhecimento maravilhoso que hoje a nossa Igreja tem de Deus.
Sim, é este o património da Igreja que o mundo precisa de conhecer e saber! Ao cristão, mais do que antes, não lhe sobra tempo, nem espaço para viver no desconhecimento ou na ignorância. Urge saber quem somos e urge reconhecer a nossa imagem como semelhante a Deus! Urge agir como filhos criados por um designio de pura bondade para participar na vida eterna.