domingo, 14 de julho de 2013

No Princípio - Um caminho para a Teologia do Corpo

Cara familia,

Faz hoje um mês estávamos em Fátima no Simposio sobre a Teologia do Corpo. Esse foi um simpósio extraordinário. Este tema, escrito por Joao Paulo II há 30 anos, parece-me hoje ainda um futuro. Surge ainda envolto naquela neblina matinal de mistério das coisas que nao se entende. Talvez por isso descobri-lo seja ainda mais importante.
E afinal lendo-o acabamos por ter aquela sensaçao de quem está diante da simplicidade do óbvio. A genialidade é assim: é preciso um génio para descobri-la e depois de revelada a Verdade torna-se óbvia e simples, sem nunca perder, no entanto, aquilo que faz dela a Verdade: a sua força transformadora que atrai e motiva.
Ler a Teologia do Corpo de Joao Paulo II, tem sido assim para mim, um camino de contemplaçao dessa Verdade óbvia e simples, que me estava escondida, e que JPII expos com elegante maestria nas palavras clarividentes de um pensador nato (inspiridado?).

Que vamos fazer com isto que lemos e aprendemos?

Essa questao que agora ressoa em mim ainda nao encontrou resposta certa.

Certo é que este tema tem de se fazer presente, como presente maior da Igreja, para vida do Homem, em especial para as famílias.

Hoje, partilho convosco apenas aquele breve texto do Génesis sobre a criaçao do Homem - Gn. 2 / Gn.3
Em especial detenho-me naquela que hoje me parece a maior e mais bela declaraçao de amor (aquela que fez o primeiro homem à primeira mulher - "Tu és realmente carne da mina carne, ossos dos meus ossos. Tu és a minha semalhante".

Se pensarmos que este livro do Génesis contém em si o registo dos primórdios da consciência humana. Se pensarmos que aquilo que o Homem primeiro quis registrar sobre a mulher foi este desabafo, esta constataçao. Se pensarmos que "carne" pode ser entendido como "vida" e "ossos" como "espírito". E se lermos a frase dizendo: "Tu és realmente vida da mina vida e espírito do meu espírito".
Talvez tenhamos diante do nosso olhar o mistério da nossa criaçao: uma criaçao de amor para a comunhao de pessoas.

Quem dera contemplar em minha vida pessoal esta mesma extraordinária grandeza que contemplou Adao diante de Eva...
E nao o digo por um momento (como no início de um namoro em que tudo é Primavera), mas digo-o no Verao da vida (em que tudo é reboliço de trabalho e afazeres e filhos e rotinas e tenho-de) e repito-o no Outono da vida (quando tudo é agitado pelo vento que passa e se transforma em ventania levantando nossos telhados pelos ar) e até mesmo no Inverno (quando em fim na cadeira de baloiço embalada nos días frios, ouvirmos com nostalgia o ranger de um soalho tao velho como nós). Quem dera contemplar na vida esse mistério maior.

Como o fazer? Tive esta imagem na efusao do espírito: de joelhos no chao! Só de joelhos no chao. Sempre de joelhos no chao. E deixando que Deus seja Ele próprio hoje e sempre o nosso principio.

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